Para quando um "Alcaide" ?
Começam a ser regulares os ajuntamentos de embarcações de velame na Baía de São Jacinto em cada fim-de-semana que aparece. Tratam-se de ajuntamentos do tipo "concentração de motas" ou autocaravanismo selvagem, na melhor vertente do "Nacional Porreirismo". Cada um tenta fazer um petisco melhor que o vizinho, fugir a todas as formalidades da vida, escorrer nectares de categoria, decidir o mundo e a lua, etc, etc.
Não sei o rumo que as coisas poderão tomar, mas arriscamo-nos um dia destes a tornar "Quim Barreiros" em presença musical assídua, estimular (ainda mais) o uso do palavrão, fazer um avançado na embarcação em busca de maior conforto, promover o uso obrigatório do fogareiro de brasas, e no final, com um gostinho lusitano - soltar um bom arroto de quem tem o estômago ensopadamente satisfeito.
Alegra-me este espírito, e cultivar esta performance "TUGA" não é mais que a nossa obrigação, pois as tradições não se encerram num rancho folclórico ou numa procissão cristã. É bom ver estes "pipos flutuantes", atrelados uns aos outros de forma aleatóriamente emparelhada, fazendo lembrar aos troncos de madeira que outrora desciam os rios em busca de uma represa qualquer na vizinhança da serração.
Talvez este aglomerado urbano, seja a tão famigerada "Marina da Barra" em plena Ria de Aveiro, que ora burocraticamente teima em avançar, ora politicamente galopa a passos largos. Uma Marina da Barra sem alicerces nem betão, mas com quilhas (não é conquilhas) e fibra de vidro.
Julgo que com o esforço de cada um, em conseguir juntar outra, outra e mais outra embarcação às existentes, poderemos a breve trecho formar um bairro, uma aldeia lacustre e quiçá uma freguesia flutuante.
Era bonito. Sim era bonito, uma daquelas freguesias encravadas entre os concelhos de Aveiro e Ilhavo com urna de voto, onde democraticamente de tempos a tempos elegeríamos um “Alcaide” para defender os nossos interesses e reivindicar os nossos direitos adquiridos.
Julgo que com o esforço de cada um, em conseguir juntar outra, outra e mais outra embarcação às existentes, poderemos a breve trecho formar um bairro, uma aldeia lacustre e quiçá uma freguesia flutuante.
Era bonito. Sim era bonito, uma daquelas freguesias encravadas entre os concelhos de Aveiro e Ilhavo com urna de voto, onde democraticamente de tempos a tempos elegeríamos um “Alcaide” para defender os nossos interesses e reivindicar os nossos direitos adquiridos.
Começo a imaginar o nosso "Alcaide" a exigir patrulhamento da área, recolha de lixo, ocupação de tempos livres para as crianças e a presença de 8 em 8 horas de vendededor ambulante para abastecer de víveres os famintos eleitores. E porque não, por ordem do "Alcaide" acabar já com a carreira fluvial para São Jacinto que tanto perturba os moradores, dado as ondas e marolas que produz ?
2 Comments:
Boa ideia Pardal!
Agora bem vistas as coisas, o cargo assentava-te como uma luva. Aliás, voto em ti... já estou a imaginar:
Para St. Jacint sur Mer joli
O amigo Pardal é que sabi
Bamos por isso elegeri
o wooloomooloo a paqueti
o o seu capitão a ALCAIDI
11 julho, 2006
Valente lição de cidadania.
11 julho, 2006
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