Apontamentos, ensaios, reflexões e flexões sobre náutica de recreio e outros hidro-assuntos.

sexta-feira, junho 30, 2006

Mundial para Pequim 2008


O próximo ano promete tornar Cascais na capital mundial da vela. Primeiro, entre 2 e 13 de Julho, com a realização do Campeonato do Mundo de Classes Olímpicas, que reunirá em Portugal mais de mil velejadores de 75 países e que apurará 75 por cento dos atletas que navegarão nos Jogos Olímpicos de Pequim. Depois, com a celebração, a 1 e 2 de Setembro, dos 100 anos da ISAF (Fed. Internacional de Vela). Ontem, no Museu Conde de Castro Guimarães foi assinado por Göran Petersson, presidente da ISAF; Luís Patrão, presidente do Instituto do Turismo de Portugal; Duarte Nobre Guedes, presidente da Junta de Turismo da Costa do Estoril e António Capucho, presidente da Câmara Municipal de Cascais, o protocolo que formaliza oficialmente as cerimónias de comemoração deste marco histórico da modalidade.
Fonte: Jornal "Record"

quinta-feira, junho 29, 2006

Obras na ponte da Barra

As obras de manutenção actualmente em curso na ponte da Barra, em Ílhavo, estão a provocar alguns danos nos barcos atracados na Marina Clube da Gafanha. A queixa partiu de um grupo de proprietários de embarcações, que já alertou a direcção da marina.Um dos proprietários disse ao Diário de Aveiro que os trabalhos na ponte resultam na libertação de partículas metálicas que acabam por atingir os barcos, sobretudo os que estão parados «mais a norte», provocando danos nos cascos de fibra de vidro.«As partículas de ferro desprendem-se e voam a muitos metros de distância, caindo em cima dos barcos, que ficam todos ‘picados’ com ferrugem», referiu.Segundo o proprietário, as barreiras de serapilheira que a empresa responsável pela obra instalou não garantem a defesa necessária.
«O caderno de encargos previa que a protecção fosse feita com uma tela especial, que, pelo que nos disseram, é importada e ainda não chegou», acrescentou.O presidente da Marina Clube da Gafanha, António Jorge Sereno, confirmou ao Diário de Aveiro que dois proprietários de embarcações alertaram a instituição para os estragos causados pelas limalhas. «De facto soltaram-se partículas por causa das ‘picagens’ que andam a fazer na ponte», disse.No entanto, a empresa «já começou a tomar providências» através da colocação de «painéis de protecção», garantiu.A direcção da marina da Gafanha da Encarnação contactou o director-geral da obra no sentido de o alertar para os prejuízos que estavam a ser causados, obtendo o compromisso de que as embarcações deixarão de ser atingidas.«Mas vamos manter-nos vigilantes», assegurou.
Fonte: Diário de Aveiro

segunda-feira, junho 26, 2006

Portugal - Inglaterra


É Sábado, pelas 4 horas da tarde. Chama-se "jantar o útil ao agradável".
Se fosse possível juntar 4, 5, 6 ou mais tripulações e ver o jogo em Saint Jacint sur Mer, e engatar o jantar (de bifes...espero) ainda em terra, para depois digerir a bordo uns copitos noite fora. Era valente.
Depois da Batalha de Nuremberg, contra aquelas laranjas judocas de 2ª categoria, os filhos de Scolari merecem a nossa presença, pelo menos de fronte ao écran.
Está tudo dito, e dados lançados...
Aguarda-se a recuperação do Cristiano Ronaldo e os vossos "feed-backs".

quinta-feira, junho 22, 2006

Navegadores solitários

Soduku é um puzzle de colocação de números. O objectivo do puzzle é a colocação de números de 1 a 9 em cada uma das células vazias numa grelha de 9×9, constituída por 3×3 subgrelhas chamadas regiões. O puzzle contém algumas pistas iniciais. Cada coluna, linha e região só pode ter um número de cada um dos 1 a 9. Resolver o problema requer apenas raciocínio lógico e algum tempo.
Recentemente alguém se lembrou de publicar este jogo, num formato muito atraente, pelo menos para os olhos. Nem mais nem menos que em papel higiénico a rasgar pelo picotado. É obvio que na náutica, como na cozinha, aproveita-se tudo, e este produto vem mesmo a calhar para aqueles que fazem navegação solitária. Depois de se utilizar o papel com o fim a que foi criado, lava-se muito bem lavadinho, seca-se em 10 a 15 minutos, e depois calmamente decifra-se o puzzle e completam-se as quadricúlas. Mentes brilhantes pensariam, que o modo de utilização era o contrário, isto é, far-se-ía primeiro o puzzle, e depois limpar-se-ía o "bujon". Nada disso. A ser assim, dado que o papel tinge e trabalha sobre zomas húmidas e humidificantes, no final da viagem o navegador arriscar-se-ía a chegar a um porto de abrigo, com um autêntico almanaque náutico tatuado nas partes baixas. Não funcionaria, nem é higiénico.

terça-feira, junho 20, 2006

Ressaca Berlenguense - Crew


Soberbamente irrepreensíveis. Heterogeneamente homogénea. Exemplarmente excedíveis. Verticalidade.
É deste tipo de rapaziada que o meu Portugal precisa, às dezenas, às centenas ou quiçá aos cabazes.
Escolhidos debaixo dos mais apertados critérios de recrutamento, cumprindo as normas ISO 6700, EN 8030 e as 14 Directivas CE em vigor para a vela, o resultado final não poderia ser outro. Por algum motivo, estes 2 tripulantes destacaram-se dos cerca de 18.037 que preencheram o pré-formulário de candidatura. Possuidores de “Pedigree” vélico, com a situação militar já regularizada, e cumpridores dos padrões mais básicos de salubridade e higiene, demonstraram como é possível um capitão navegar com 2 braços direitos. Um dos tripulantes (já com créditos firmados na vela) é natural de Vila Nova da Zelândia, e o outro é Tuga de coração e ascendência.
Com uma equipe destas, quem poderia perder uma batalha.
A História mundial da vela registará esta fotografia, com uma legenda que não fugirá muito de:
Um (senão o melhor) dos melhores trios velamejantes de sempre.

segunda-feira, junho 19, 2006

Ressaca Berlenguense - Confraria


Com frades ou sem frades certamente que o passeio- regata à Berlenga far-se-ía na mesma. Mas os momentos de mar não são mais importantes que os momentos em terra, e caso faltasse a Confraria de São Gonçalo a noitada não tinha tanto glamour nem tinha sido tanto brejeiro. A brejeirice para nós é uma arte, como outra qualquer, pois gozamos de um conceito de arte muito abrangente. Foi uma actuação (e um convívio) nota 10, fazendo com que 90 minutos se tornassem num ápice. Na tripulação Wooloomooloonense ficou uma imagem de boa-disposição gravada nos nossos (já) dificientes discos duros de memória.
Artisticamente esta malta promete, pois dada a tenra idade dos seus componentes, a margem de evolução é muito grande.
O truque final está na nossa retina, com o desaparecimento (por ilusão de óptica) de uma garrafinha de aguardente náutica.
Confraria FOREVER .
Foto: Arrais Hortas (com a devida vénia)

Ressaca Berlenguense - A rata


Em pleno jantar náutico na cidade da Figueira da Foz, em amena cavaqueira sob um ambiente "à Paris" dado por um acordionista ao vivo e a cores, surge o insólito episódio da rata. Toda a gente que estaria sentada à mesa, já (com toda a certeza) tivera encontros de 2º ou 3º grau com uma rata. Ou por visualização e contacto activo directo ou através de espelhos, a rata não constituía novidade para ninguém!
Mas eis que surge a acção, por entre dentadas em sardinhas, carapaus escalados, choquinhos a la brase e salmonetes, sai (a rata) em corrida desenfreada acelarada, por entre as mesas dos convivas em direcção à urbe Figueirense. Momento de espanto e admiração ? Certamente que não. A explicação no entanto, surgiria alguns momentos volvidos:
- Alguma senhora teria ido à casa de banho, e esqueceu-se de fechar a porta.
Moral da história: A vela é um desporto para gente duma elite superior, onde não chega um punhado de estrelas na classificação hoteleira, como ainda necessita de rata como parte integrante da animação miníma exigível.

segunda-feira, junho 12, 2006

A bactéria


Na viagem da Figueira da Foz para a Nazaré, foi diagnosticada a bordo uma doença infecto-contagiosa num dos nossos tripulantes. Rapidamente as suspeitas recaíram sobre uma bactéria (muito comum na beira-mar) denominada cientificamente de “Bacardis abusis”, transmissível com alguma facilidade entre os humanos depois do pôr-do-sol. A referida bactéria é comum em zonas turísticas, em espaços muito movimentados e sobretudo expostos a acordes musicais e decibéis.
As náuseas, a sonolência e a falta de apetite de um dos tripulantes, fizeram com que se activasse um controlo médico-fito-sanitário a bordo. Foram avisadas as embarcações, cujos tripulantes tivessem tido contacto com o nosso marinheiro, ou que eventualmente tivessem frequentado os mesmos locais. No “Veronique” o “regime de quarentena” foi a medida adoptada para um dos seus tripulantes que tinha calcorreado a mesma zona. A presença de febre era o pior dos sintomas que poderia ocorrer!
Na falta de um termómetro, improvisou-se a “vareta do óleo” para testar a temperatura rectal do marinheiro. A vareta depois do teste não apresentou sinais de corrosão nem de oxidação. O paciente parecia querer recuperar.
No entanto, perante uma pequena distracção da equipe médica, o paciente ingeriu uma latinha de “Sumol laranja”. A bactéria reabilitou-se com o dióxido de carbono da bebida, e o extracto de laranja irritou o tetraóxido bacardiano presente na cuba gástrica, tendo-se manifestado o vómito, do tipo “Speedy Gonsalez”, ou rapidinho.
Com o decorrer das milhas e a exposição solar, o índice de concentração da “Bacardis abusis” foi decrescendo, e na Nazaré já apresentava valores normais no animal.
Tudo não passou de um grande, grande . . . susto.

Doping

Na ida para a Figueira, algumas embarcações apresentaram “queixa” contra a embarcação “BRUMA II” pelo facto do skipper ter ingerido substâncias dopantes durante a regata. Muitas foram as embarcações que incriminaram o “BRUMA II”, e poucas foram aquelas que se solidarizaram com o Capitão Machado. De toda a flotilha, apenas WOOLOOMOOLOO, VERONIQUE e FLYING acreditaram na inocência do capitão, e estiveram sempre presentes desde os primeiros boatos. Obviamente que o Skipper do BRUMA II jamais se recusaria a fazer as análises convenientes para que a verdade fosse como o azeite.
Deslocámo-nos ao mais credenciado laboratório da cidade, e o resultado não poderia ser outro: N E G A T I V O

Na foto (à saída do laboratório) é patente a nossa alegria e solidariedade com o nosso querido capitão Machado, estando os testes do laboratório nas mãos do Eugénio (Veronique) e a amostra para uma eventual contra-análise nas mãos do Capitão Machado.
Para o resto da flotilha, os nossos melhores cumprimentos, e que a inveja vos morda para todo o sempre.

quarta-feira, junho 07, 2006

Próxima estação: Nazaré


Balada das Sete Saias

Sete ondas se noivaram
Ao luar das sete praias
Sete punhais se afiaram
Menina das sete saias

Sete estrelas se apagaram
Sete-que-pena choraias
Sete segredos contaram
Menina das sete saias

Sete bocas se calaram
Com sete beijos beijai-as
Sete mortes evitaram
Menina das sete saias

Sete bruxas se encontraram
No monte das sete olaias
Sete vassouras montaram
Menina das sete saias

Sete faunos contrataram
Sete cornos e zagaias
Aos sete encomendaram
Menina das sete saias

Sete princesas toparam
Com mais sete lindas aias
Por sete e sete deixaram
Menina das sete saias

Sete danças que bailaram
Sete vezes que desmaias
Sete luas te ansiaram
Menina das sete saias

Sete vezes se encantaram
No bosque das sete faias
Sete sonhos desfolharam
Menina das sete saias

terça-feira, junho 06, 2006

Ferry para São Jacinto


Ferry-boat sem data definida para entrar em funcionamento
O presidente do Conselho de Administração da empresa municipal de mobilidade MoveAveiro, vereador Pedro Ferreira, e o edil Élio Maia, não partilham da mesma opinião quanto à data prevista para a entrada em funcionamento do ferry-boat que fará a ligação fluvial entre as freguesias da Gafanha da Nazaré (Ílhavo) e São Jacinto (Aveiro).Pedro Ferreira diz que falta construir os cais de atracamento e fazer a ligação entre uma rotunda, no Forte da Barra, e o pontão. Se tudo isso correr dentro da normalidade, sem quaisquer imprevistos como tem vindo a acontecer nos últimos tempos, o vereador afirma que em finais de Setembro haverá condições para que este novo meio de transporte esteja operacional. A embarcação encontra-se na Figueira da Foz e poderá regressar a Aveiro dentro de três semanas, se assim se justificar.Perante o pedido de esclarecimentos do vereador socialista, Marques Pereira, sobre alguns pormenores relacionados com os prazos avançados, o presidente da Câmara de Aveiro responde que prefere não arriscar datas para não correr o risco destas não serem cumpridas. Assim sendo, alto e bom som, esclarece que «não haverá ferry-boat em funcionamento este ano». Depois das suas afirmações, Pedro Ferreira voltou a afirmar que tudo será feito no sentido de colocar a embarcação operacional este ano.
Custos
Até ao momento o Executivo municipal já gastou um milhão e 110 mil euros com a embarcação. Trezentos mil euros foi quanto custou a reparação do ferry-boat, 784 mil foram para pagamento da construção dos cais e 25 mil são para se fazer a ligação entre uma rotunda e um cais, no Forte da Barra. Pedro Ferreira adianta que ainda vão ser gastos mais 500 mil euros com a conclusão dos cais e com a referida ligação. António Costeira, presidente da Junta de São Jacinto, defende que o ferry-boat deveria entrar em funcionamento durante a época baixa, pois é necessário proceder a uma série de adaptações na freguesia, nomeadamente ao nível do estacionamento.
Fonte: Diário de Aveiro

Fim de semana com o USS Eisenhower


Um fim de semana de luxo. No final da tarde do passado Sábado, lá fomos nós de tralhas as costas para Saint Jacint sur Mer. Desta feita levámos o nosso USS Eisenhower (ver foto) a reboque do Wooloomooloo, pois aquela preciosidade necessita de quando em vez dum circuito de manutenção. Os capitõeszinhos adoram o USS Eisenhower, mormente na versão a remos.
Em St. Jacint Bay encontrámos velhos amigos (Zurk, Carpe Mares, Vallalha, Freedom) acostando as embarcações para a pernoita. De todos eles, sem qualquer espécie de dúvida, o Carpe Mares tem o melhor serviço de bordo. Do tipo tudo incluído sem SPA, ricos em taninos e muito bom em calorias. É bom ter amigos assim. Pelo Wooloomooloo investiu-se na pesca luminosa ao carapau. O capitãozinho deu o gosto ao dedo, recolhendo-se cerca de um quarteirão de exemplares de 8/10 cms. Valente.
Pelas 3 da manhã, este capitão de sono leve (às vezes) sentiu a rajada de leste. que a confiar no Capitão Fontes passava os 20 nós. Levanta tralha, liga motor e mete ferro cada um per si.
O anemómetro acalmou lá para as 6 da manhã, tendo aparecido uma manhã maravilhosa para trabalhar para o Bronze.
Munidos do USS Eisenhower explorámos a costa sul da Ilha do tesouro, perdão, da Ilha do Monte Farinha sob uma tórrida temperatura. Bom demais para estas latitudes.
No final da tarde, uma velejada tranquila de genoa até ao CVCN com um pensamento na mente:
-Que pena ser Domingo.