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sexta-feira, abril 07, 2006

Antiga lota desperta interesse estrangeiro

Sociedade para o Desenvolvimento do Programa Polis em Aveiro está em negociações com duas empresas para a recuperação da zona da antiga lota, confirmou, ao JN, o director do Aveiro Polis, Matos Rodrigues. Um dos investidores é um consórcio constituído por empresas espanholas, inglesas e portuguesas. O outro é uma firma do distrito de Aveiro. Em causa está um projecto que ronda os 100 milhões de euros, "contas feitas por baixo", refere Matos Rodrigues.

A futura zona da antiga lota tem semelhanças com a zona onde decorreu a Expo, em Lisboa. " O Parque Expo é o que mais se assemelha com o projecto de Aveiro. Também ele serviu para recuperar uma zona ribeirinha degradada", explica o director.

Situada a pouco mais de um quilómetro do centro da cidade, a antiga lota tem cerca de 120 hectares (o equivalente ao mesmo número de campos de futebol). Os terrenos, pertencentes à Administração do Porto de Aveiro, estão avaliados em cinco milhões de euros. A empresa ou o consórcio que vier a executar o projecto de recuperação da lota velha tem que comprar o terreno, bem como ficar responsável pela concretização do plano. A Sociedade Polis ficará "apenas" responsável pela recuperação dos muros, "avaliada em cinco milhões de euros", adianta Matos Rodrigues. A obra hidráulica avançará mal o projecto passe a definitivo e demorará meio ano.

Tudo o resto ficará a cargo do parceiro privado, que terá de investir, num prazo de três a quatro anos, 100 milhões de euros. É o preço mínimo para erguer um hotel (que terá entre 120 e 180 quartos), um centro de congressos, o eco-museu Ria de Aveiro (que poderá ter ou não anexado um centro de investigação e divulgação científica com a chancela da Universidade de Aveiro), uma torre panorâmica, a estação fluvial (que aproveitará o edifício da lota), os jardins temáticos, equipamentos desportivos e culturais, uma ponte viária (rotativa ou elevatória) que ligará a zona ao museu-marinha da Troncalhada Falta, para o construtor, o mais importante as zonas de comércio e habitação (vivendas e prédios-estes com três andares no máximo), a parte lucrativa que torna a antiga lota apetecível e que permite à Aveiro Polis uma margem para negociar em mais tabuleiros. Matos Rodrigues adiantou que os construtores poderão dar mais contrapartidas em outros projectos Polis. "Não posso revelar quais, pois esses são alguns dos assuntos que estão a ser analisados", justificou.

As negociações com os dois interessados podem levar a "ligeiras alterações" do projecto, mas a base está retratada na simulação que o JN apresenta hoje publicamente pela primeira vez.

Fonte JN http://jn.sapo.pt/2006/04/07/centro/antiga_lota_desperta_interesse_estra.html